Mania de Entender

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O grito suave de Deus

Certa vez, em visita ao então Papa Paulo VI, Dom Helder o percebeu preocupado e pode ouvir o motivo de sua inquietação. Paulo VI lhe falava sobre sua preocupação com a crescente secularização européia e não sabia se era possível reevangelizar a Europa. E foi diante de uma pergunta sobre o que fazer para mudar este quadro que Dom Helder Câmara respondeu:
"Deixe o Estado do Vaticano e a Catedral de São Pedro. Vá viver como um pobre numa igreja singela, num bairro marginalizado, e a Europa perguntará pelo evangelhos outra vez".*
Bem, não precisa nem dizer que ele não foi ouvido.
Interessante, porém, é que este grito profético ecoa de tempos em tempos aos ouvidos daqueles que se sentam no "trono de Pedro". Francisco de Assis também gritou, no entanto sua voz também não foi ouvida. Outros como John Wicliff também gritaram, mas não só não foram ouvidos como também foram silenciados.
Quando penso na voz do Pai, creio sinceramente que Deus frequentemente "grita" conosco. Grita com voz suave e, acredite, Ele consegue fazer isso pois não há nada impossível para o Senhor. Ele grita porque em muitos momentos de nossas vidas já não conseguimos ouvir sua voz. Grita porque se preocupa e grita porque ama. E se gritos são palavras estridentes, o que não seria então a palavra que rompe as barreiras do conteúdo sonoro e se materiliza, e se encarna? O que não seria a pessoa do próprio Cristo, tendo em vista que ele é a palavra além das palavras? É a palavra que não é só dita, mas vista e sentida. Cristo é o Grito que nos convoca a reaprendermos o significado do que é Ser Humano. E, infelizmente, quando esta voz, esta palavra, este grito não é ouvido; não é sinal de que estamos apenas surdos, mas de que não temos mais ouvidos.
E diante de tudo isso, resta-nos nesta hora darmos ouvidos à nossa voz interior que suavemente grita nos perguntando:
Será que temos ouvido?
Será que temos ouvidos?
Sim, para cada um de nós fica aqui um suave grito:
"Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas"
Que Deus tenha misericórdia de nossa audição espiritual!!
* fonte da citação: Revista Últimato (Maio-Junho 2009) - pág 21

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Chefe é Chefe!!!

No mundo corporativo a existência de chefia é indispensável, porém, muitas vezes não desejável. A responsabilidade de quem chefia aliada a diversas características pessoais, dão a figura do chefe a imagem de alguém que existe para controlar, tirar a liberdade e até muitas vezes oprimir.
E não importa quão bons, opressores, incompetentes ou competentes possam ser, o fato é que sempre haverão aqueles que falarão mal deles pelas costas e os ridicularizarão, assim como aqueles que tentarão de todas as formas passá-los para trás. Mas o que Deus diria àqueles seus servos que são subordinados no mercado de trabalho? Será que o Senhor se importaria com o nosso trabalho a ponto de nos dar um conselho certeiro sobre o assunto? Bem, a Bíblia Sagrada em 1 Timóteo no capítulo 6, versículos 1 e 2, nos orienta quanto a este particular.
Primeiro, levando-se em conta o contexto escravagista daquela época, o apóstolo Paulo destaca a relação do que serve com aquele que detém o poder. Certamente, nenhum escravo gostava de ser escravo, pois a liberdade é algo desejável em si mesma e ser escravo de uma outra pessoa é algo que não faz parte do ideal de vida de ninguém. No entanto, a Palavra de Deus ressalta uma coisa chamada respeito. A despeito de qualquer discordância no campo das idéias, o respeito à autoridade é algo que deve permear a mente de quem é subordinado. E respeito não está ligado à obediência momentânea ou circunstancial, mas sim a um estilo de vida em que respeitamos o ser humano e não compartilhamos de maledicência ou desonestidade. Ser respeitoso não se trata de agir em conformidade somente na presença, mas principalmente de agir com hombridade na ausência. Ser desrespeitoso com àqueles que nos lideram é manchar o nosso testemunho como servos de Deus e provocar um mal juízo sobre o procedimento daqueles que se identificam como tais.
Já um outro aspecto desta relação com a chefia é o daqueles que trabalham para pessoas da mesma fé. Não é incomum encontrarmos aqueles que não aprenderam a fazer distinção entre ambientes e se acham no direito de trabalharem com desleixo ou se permitirem abusos de comportamento dado a crença em comum. No entanto a Bíblia lança sobre estes "irmãos-funcionários" a responsabilidade de se dedicarem ainda mais para não permitirem que o excesso de liberdade se torne uma via de descontentamento, enfraquecimento de relacionamento e posterior demissão.
Lembre-se sempre que o "Temor do Senhor é o princípio da Sabedoria". Aja com sabedoria e certamente no tempo oportuno você colherá os frutos.
Um forte abraço!!