Mania de Entender

quarta-feira, 20 de março de 2013

Quem sou eu em minha igreja?

     Quando se trata de Cristianismo, em nossos dias, existe uma infinidades de igrejas, denominações, ramificações cristãs, etc. Neste post em particular, quero pensar um pouco sobre as "repartições de santidade" que muitos fiéis (incentivados por suas lideranças ou não) criam em suas mentes. 
     É muito comum as pessoas que mantêm uma vida ocupada com as "coisas do mundo" se sentirem em um patamar inferior diante daqueles que dirigem a igreja, pregam, cantam, lideram ministérios ou simplesmente exercem algum tipo de cargo. Então, para entendermos melhor vamos dar nomes a estes dois grupos: aos primeiros chamaremos clero e a estes últimos chamaremos leigos, ok?
     Ao contrário do que muitos dizem, lá no início, Cristo não colocou Pedro e nem um discípulo em uma hierarquia superior aos demais. Basta uma leitura cuidadosa do evangelho para perceber que todos os discípulos estavam no mesmo barco de homens pecadores e falhos que dependiam da Graça do Cristo e que sem ele nada poderiam fazer. No entanto, no primeiro século a palavra "leigo" começou a ser usada em Roma para descrever cristãos de segunda classe, despreparados e não-equipados enquanto o termo "clero" fora utilizado para designar os sacerdotes e líderes cristãos entre o povo. Assim se fortalecia a divisão, a departamentalização espiritual que incutiu na mentalidade das pessoas (até hoje) a inverdade de que os líderes possuem divinas habilidades que inspiram santidade e geram a tão popular hierarquia espiritual.
   Mas o fato é que a Bíblia não endossa esta divisão. Ironicamente, a Bíblia revela que o povo de Deus é um povo sem leigos onde todos são clérigos no real sentido da palavra (indicados ou dotados). Sim, para Deus você tem o mesmo valor que qualquer outro membro de sua igreja. A igreja, segundo a Bíblia, não "tem" um ministro, mas ela própria é o ministério onde o Espírito Santo atua regenerando, santificando, distribuindo dons conforme seu querer, comissionando e usando na sinalização da vontade do Pai para todo o mundo. A igreja enquanto instituição é o local de reunião onde os dons são usados em favor do outro e onde se aprende a usar os dons individuais para o benefício do Ser Humano. Assim, quem tem o dom de pastorear, pastoreia. Quem tem o de ensinar, ensina; o de contribuir, contribui; o de ser hospitaleiro, recepciona; o de administração, administra; etc. Na Bíblia entendemos que se o pastor é importante em sua função, o lixeiro, o médico, o advogado, o político, o dentista, o motorista, o caixa do supermercado, o professor e tantos outros são tão importantes e usados por Deus quanto. Em suma, vamos parar com este negócios de visualizar santos superiores. Somos todos pecadores que uma vez submetidos a Cristo, somos santificados a cada dia para resplandecer em qualquer lugar deste mundo a luz daquele que nos ilumina.

Abração pra você!