Mania de Entender

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Um novo jeito de viver!


Embora tenhamos diferentes papéis na sociedade (pais, filhos, trabalhadores, contribuintes, eleitores, etc.), Deus não nos concedeu uma vida fatiada, mas sim uma vida única, una e integral. Em outras palavras, nós não possuímos uma vida familiar e uma vida profissional, assim como não possuímos uma vida material e outra espiritual. Não temos várias vidas, temos uma só. E esta vida que temos, interage com outras vidas em um sistema de relacionamentos que podem ser construtivos ou destrutivos dependendo das ações dos outros e de nossas ações também. Ao mesmo tempo que podemos ser edificadores, também podemos ser edificados, da mesma forma que podemos ser os opressores podemos ser os oprimidos.

O fato é que toda a forma de opressão, ou seja, tudo aquilo que venha para afligir, explorar, denegrir, injustiçar, deprimir, danificar, extorquir, corromper, angustiar, empobrecer, adoecer ou denegrir a nossa humanidade; tem sua origem na maldade que é fruto da vazão que damos à natureza inclinadamente pecaminosa que há em cada um de nós. Existe em nós uma fome pela aceitação, pela saciedade carnal, por riquezas e poderes que fazem com que cometamos os atos mais vergonhosos e que construamos o mundo como ele se apresenta em nossos dias. A sociedade é o reflexo do indivíduo coletivo.

Mediante a tudo isso, surge um fato incomum na História. Há aproximadamente dois milênios atrás, nasce uma pessoa cuja vida é tão ímpar que, mesmo em um pequeno pedaço de terra de um grandioso império, consegue impactar infinitas vidas e modificar a maneira de se viver e se fazer sociedade ao longo de todos os tempos. Falo aqui de Jesus de Nazaré, o Cristo de Deus. Alguém tão humano que só poderia ser Deus encarnado. Alguém cujo viver demonstrou, por palavras e obras, que Deus agora se fazia presente entre nós, vivendo a nossa vida para nos ensinar sobre a vida e sobre o que é viver.

Assim, Cristo nos revelou a vida de Deus, a vida em abundância que para ser vida genuína precisa ser liberta da ditadura do pecado. E afirmando ser ele mesmo a vida, nos ensinou que quanto mais parecidos com ele somos, mais longe da forma pecaminosa de viver ficamos, e isto é libertação.

Em Cristo, nossa vida é liberta integralmente. As coisas que nos oprimem, pouco a pouco perdem seu efeito porque nosso sistema de valores é mudado em Jesus. Nele eu descubro que a verdadeira riqueza, poder, satisfação, felicidade, completude, plenitude e saciedade estão em fontes abundantes além das rotas cisternas que me rodeiam. E isso me dá uma nova vida baseada em um novo jeito de pensar e de viver.

Mas a grande verdade é que Jesus não me liberta somente daquilo que me oprime, mas também da minha forma de oprimir para alcançar benefícios que minha natureza deseja. Porque no dia a dia, eu não sou só o agredido; muitas vezes eu sou o agressor, o autor de pequenos gestos que contribuem para a manutenção desta sociedade danificada e opressora. Assim, uma vez com a mentalidade renovada, passo a ser agente de justiça e ajo para que outras pessoas sejam dignificadas em sua humanidade, para que outros gozem dos direitos mais básicos de sobrevivência. Uma vez transformado, passo a ser agente de transformação e crio ou mesmo me envolvo com movimentos sociais que promovem a saúde física, emocional e espiritual do próximo. Passo a ser um promotor da vida em toda a sua diversidade humana e ambiental. Uma vez liberto, prego esta liberdade a fim de gerar em cada coração o elo de ligação com o próximo e com a pessoa de Deus, reformando minha cidadania terrena com os moldes do Reino de Deus que por meio da vida em Cristo já está entre nós.

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