Mania de Entender

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Da (In)tolerância à verdade!


Homossexuais agredidos violentamente. Heterossexuais ideologicamente vetados de manifestar opinião a respeito da homossexualiade. Religiosos que se auto agridem e classes sociais que se mutilam. Seria isso tudo fruto da intolerância radical ou da tolerância absoluta?

A intolerância radical é aquela que não suporta absolutamente nada que divirja dos pressupostos pré-estabelecidos. Ela é ensimesmada e não aberta a negociações de forma alguma. Um intolerante radical está definitivamente fechado a novas idéias, críticas ou ensinos. Não se avalia, não reconsidera, não se recicla. É taxativo e rápido em rotular como preconceituoso, ignorante ou inculto todo aquele que não pensa como ele. A arrogância certamente é sua marca registrada e mesmo quando se cala diante de uma situação, o faz apenas por considerar-se superior e incompreensível aos olhos do outro. Mas uma coisa interessante do intolerante radical é que ele não se enxerga assim. Ele se vê como alguém ponto a ensinar em todo o tempo, sempre disposto a clarear (com a sua luz particular) o caminho dos outros.

Já a tolerância absoluta percorre o caminho inverso. Ela é a mãe de todos os conceitos e atribui a todos o grau de verdade mesmo que sejam totalmente opostos, divergentes e incompatíveis. Um tolerante absoluto não possui parâmetros delineadores e considera todo o comportamento como válido, discursando sempre sobre a influência dos contextos e a liberdade individual. O tolerante absoluto não avalia, pois desconsidera e questiona a validade de qualquer norma. Fluidez intelectual, indiferença e apatia são marcas que configuram sua personalidade.

Levando em conta as perguntas iniciais à luz desta reflexão, penso que, embora em lados opostos da mesma moeda, os dois conceitos configuram as bases do caos em que vivemos. O intolerante, por exemplo, critica, condena, tolhe e agride apontando o "erro" do outro sem ver que está sendo tolerante e condescendente com seu próprio erro. Em suma, ele cobre um erro com outro erro.

Da mesma maneira, o tolerante aceita passivamente a tudo com exceção daqueles que opinam, conceituam, regulam e legislam contra a sua visão de mundo. nesta hora, estes se tornam também intolerantes e irritadiços, atacando com veemência em nome da liberdade.

Percebemos, assim, que todos estão sujeitos ao erro, independente de sua visão de mundo. O Homem se perde em tentar delinear parâmetros éticos e comete com frequência atos de injustiça ou violência em maior ou menor escala. E se nós não conseguimos qualificar comportamentos com isenção e imparcialidade, faz-se necessária uma fonte externa que nos ilumine. Não uma coisa, mas uma pessoa que tenha algo a nos ensinar e que nos aponte o caminho. Sim, esta pessoa existe e esta pessoa é Deus.

Ao contrário dos Homens, a pessoa de Deus não está sujeita a influência da cultura e do tempo, pois ele é acultural e atemporal. Suas orientações estão pautadas em sua essência incorruptível-imutável e delineadas pela conjugação amor-justiça. Sendo assim, o que Ele diz ser certo é certo mesmo que eu não concorde. E o que Ele diz ser errado é errado mesmo que eu não aceite. Se não quero ser enganado, não devo confiar em minha racionalidade fluida e flutuante, mas entregar-me confiantemente àquele que é maior do que eu. Se eu quisesse ganhar na loteria, por exemplo, e alguém tivesse os números certos do futuro sorteio para me fornecer, porque eu apostaria em outros números? É claro que para isso teria de confiar no que me foi oferecido e é aí que mora o problema de muitos. Pois confiar é um ato de fé e a mesma nos desafia. Gostamos de tudo explicadinho, preto no branco, pois queremos estar seguros do que fazer. Gostamos de auto-suficiência. Por ser sabedor disso, creio eu, Deus cria um meio estranho de testar e atestar aqueles que realmente confiam nele. Ele cria um meio improvável, ilógico, absurdo e inacreditável. Ele se faz um de nós, nasce como um bebê, ensina o jeito certo de viver, se deixa morrer como um criminoso e depois - mais uma vez - foge da lógica ao ressuscitar. E é neste desafio que ele vem mexer com nossos conceitos, pois a "Síndrome do Conhecimento Absoluto" nos afasta da cruz. No entanto, Deus não quer que nos aproximemos dele porque entendemos quem ele é, mas porque aceitamos que ele nos aceite mesmo como somos; porque queremos nos relacionar com ele e rendermos nossa (in)tolerância àquele que é a própria verdade: Jesus Cristo!

Credo ut inteligam

(Creio para entender)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"Que a força esteja com vocês!"


Nomeei esta postagem com uma frase muito conhecida da série Star Wars ao me lembrar de certos conceitos sobre o Espírito Santo. Alguns grupos religiosos como os Testemunhas de Jeová, sinceramente crêem que o Espírito de Deus é uma mera força impessoal ou "força ativa de Deus". No entanto, o que a Bíblia sagrada nos mostra é justamente o fato de que o Espírito é uma pessoa.

A palavra utilizada para se referir ao Espírito no texto grego é pneuma. Diferente de nosso idioma, o grego possui não só palavras masculinas e femininas, mas também palavras do gênero "neutro" dentre as quais "pneuma" é uma delas. No entanto, é muito curioso percebermos que de uma maneira proposital, todas as referências ao Espírito Santo no Novo Testamento se dá através do pronome masculino (que só é usado para pessoas). O próprio Jesus ao se referir ao Espírito Santo em João 16.13,14 utiliza um pronome masculino (indicando pessoalidade) onde certamente seria utilizado um pronome neutro.

Por enquanto é só -rsrsrs