Mania de Entender

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Onde estava Jesus dos 12 aos 30 anos? - Parte 3/6

DOCUMENTOS VERSUS DIVAGAÇÕES


    Entre as fontes que se propõem a contar o que ocorreu com Jesus entre os doze e os trinta anos está o que  os adeptos da Nova Era chamam de "Arquivos Akáshicos" ou "Registros Akáshicos", que, segundo eles, trata-se de um espaço invisível, simbolizado pelo éter,também conhecido como o reservatório cósmico de memórias individuais. Seria como uma espécie de "memória do Universo" para os esotéricos. Nesses registros, supõe-se estarem escritas todas as palavras, ações e pensamentos de todos os seres e de todos os indivíduos que já existiram ou existem no Universo. Eles afirmam que somente as pessoas iniciadas no esoterismo conseguem consultar essas informações.

     Foi baseado nesses registros que Levi H. Dowling, ex-capelão do exército americano, escreveu o livro O evangelho de Jesus, o Cristo, para a era de aquário. Tal obra contém muitos relatos da peregrinação de Jesus (ou Issa) pelo Extremo Oriente. O capítulo 23 ressalta que Jesus esteve na Índia e "procurou aprender a arte hindu de curar, de modo que se tornou discípulo de Udraka, o maior dos curadores hindus". Após aprender alguns conceitos sobre cura, Jesus teria baixado "a cabeça em reconhecimento pela sabedoria daquela alma superior e seguiu seu caminho.".

     O livro também diz que Jesus esteve em um templo em Lhasa, capital do Tibete, onde conheceu o grande sábio oriental Meng-Tse, que o ajudou a ler os manuscritos antigos: "E sacerdotes e mestres deram as boas-vindas ao sábio hebreu".

     O grande problema com essas e outra passagens é que elas são estranhas ao que lemos sobre Jesus no Novo Testamento. Ele jamais curvou a cabeça ou teve qualquer atitude que lembrasse o misticismo hindu. Nem mesmo a História registra algum grande sábio oriental por nome Ment-Tse. Então, fica a pergunta: "Que credibilidade podemos dar às informações retiradas de um arquivo que ninguém pode ver? Alguém pode dizer que elas são confiáveis?".

     A coisa fica mais discrepante quando comparamos ambas as fontes de informações - as do Jesus bíblico e as dos registros atávicos. Pedro escreveu em sua segunda epístola: Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade" (2 Pe 1:16). Outrossim, Lucas comenta, na introdução de seu evangelho: "Tendo, pois, muitos empreendido pôr em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio; para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado" (Lc 1:1-4).

     Todos esses textos mostram que, ao lidarmos com o Novo Testamento, estamos mexendo com documentos históricos escritos por testemunhas oculares ou por investigadores que tiveram contato com essas testemunhas oculares. Isso está em aberto contraste com pessoas que dizem ter retirado suas informações de um suposto arquivo invisível, acessível apenas a um restrito grupo de pessoas exóticas.

(fonte: ICP, imagem: Google)

continua...

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