Mania de Entender

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Conhecendo os livros de 1 & 2 Samuel

Após um mês e meio de leitura pausada, terminei a leitura abençoada dos livros de 1 e 2 Samuel na Bíblia Sagrada.

Para comemorar esta vitória e para inspirar aqueles que seguem pelo caminho, vou deixar aqui  a excelente introdução aos livros registrada na Bíblia "A MENSAGEM" de Eugene Peterson.

Que Deus abençoe a todos os que o buscam!!


1 & 2 Samuel


Quatro personagens dominam os dois volumes de Samuel: Ana, Samuel, Saul e Davi. Do ponto de vista cronológico, os relatos se concentram em torno do ano 1000 a.C., o centro entre o chamado de Abraão, patriarca de Israel, quase mil anos antes (cerca de 1800 a.C.) e o nascimento de Jesus Cristo, mil anos depois.

No momento em que percebemos que nossa experiência egocêntrica é demasiadamente limitada para podermos entender e experimentar o que significa crer em Deus e seguir seus caminhos, essas quatro personagens começam a nos influenciar. É preciso lembrar que essas histórias não são exemplares, no sentido de que as ficamos observando e admirando, como se fossem estátuas em exposição, sabendo que nunca conseguiremos viver de maneira tão gloriosa ou trágica. Pelo contrário, essas histórias são verdadeiras imersões na própria essência da vida: esse é o sentido da vida humana. À medida que lemos e oramos no decorrer dessas páginas, conseguimos captar esse sentido. E, aos poucos, mas, de modo enfático, reconhecemos que o sentido de ser uma mulher ou um homem está diretamente ligado a Deus. Essas quatro histórias não nos ensinam como viver, mas como, de fato, vivemos, validando, assim, a realidade da nossa experiência diária como ingrediente usado por Deus para cumprir seu propósito de salvação em nós e no mundo.

As histórias não alcançam esse objetivo falando a respeito de Deus, pois, surpreendentemente, há pouca referência explícita a ele. Na verdade, há páginas inteiras em que o nome de Deus nem sequer é mencionado. Mas à medida que a narrativa se desenvolve, percebemos que Deus é a presença controladora   e constante, que produz tanto o plano quanto a estrutura de cada sentença. Essa junção de histórias entrelaçadas nos desperta à percepção de nós mesmo, à nossa absoluta e irredutível humanidade, que não se reduz a sentimentos, idéias ou circunstâncias pessoais. Se desejamos uma vida além da mera existência biológica, é necessário interagir com Deus. Não há outra alternativa.

Uma das muitas agradáveis consequências de "entender" nossa vida por meio da vida de Ana, Samuel, Saul e Davi é adquirir sentido de afirmação e liberdade: não precisamos nos enquadrar em esquemas morais, mentais ou religiosos pré-fabricados para sermos admitidos na companhia de Deus. Somos aceitos como somos e recebemos um lugar nessa história que, afinal, é a história dele. Nenhum de nós é a personagem principal da história.

A abordagem bíblica não consiste em nos apresentar um código moral e nos dizer: "Viva desta maneira". Ela    também não apresenta um sistema de doutrina, dizendo: "Pense desta maneira para que você viva bem". A abordagem bíblica consistem em contar uma história e nos convidar: "Viva a trama. É isso que significa ser e amadurecer como ser humano". Violentamos a revelação bíblica quando a "usamos" pelo que ela pode nos oferecer ou pelo que achamos que ela possa incrementar, apimentando nossa vida monótona. A consequência é que transformamos a revelação bíblica numa espécie de "butique de espiritualidade"- Deus como decoração e realce. A narrativa de Samuel não permitirá que isso aconteça. Na leitura, à medida que sujeitamos nossa vida ao que lemos, descobrimos que não somos orientados a ver Deus em nossa história, mas ver nossa história no plano de Deus. Deus é o contexto e o plano maior em que nossa história encontra sentido.

Essa leitura precisa, necessariamente, ser feita em oração - uma leitura pronta a ouvir a Deus e corresponder a ele. Afinal, a história está estruturada em torno da oração: a oração de Davi, perto do final (2 Samuel 22 e 23).

De: Samuel é um livro dividido em dois manuscritos porque havia limitações físicas no comprimento dos pergaminhos. O autor anônimo pode ter sido ligado às comunidades de profetas que se mantinham atentos ao que Deus fazia em cada geração. O autor não procurava encobrir os defeitos de ninguém, nem dos mais ilustres fundadores da nação.

Para: O cidadão comum de Israel era mais estável política e financeiramente no tempo de Ana, Samuel e Saul. Mas o relativo conforto levava as pessoas a serem egoístas e despreocupadas, esquecendo que eram parte da grande história de Deus. Tinham a tendência de criar pedestais para seus heróis. com isso, o povo comum tentava se livrar da responsabilidade de participar da história de Deus.

Contexto: Por volta de 1075-975 a.C. Durante o período de Juízes e 1 Samuel, uma revolução tecnológica atingiu o mundo mediterrâneo: o ferro substituiu o bronze como o novo metal utilizado para armas equipamentos de agricultura. Os filisteus trouxeram a nova tecnologia para Canaã quando a invadiram, e seu duradouro monopólio do ferro frustrou os líderes israelitas. As carruagens de ferro e outros armamentos dos filisteus deram a eles grande vantagem sobre os soldados israelitas.



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